Segundo ele, ao passar pela rua Ana Nogueira Abocater, parou para urinar às margens da rua, momento em que quatro indivíduos em um veículo Volkswagen Fox na cor preta, sendo um deles aramado com um revólver, o abordaram e anunciaram o roubo. O homem não soube dizer características dos indivíduos, mas relatou que o colocaram no porta malas de seu próprio veículo, onde ficou mantido até aproximadamente 16h30, quando o soltaram em frente a uma mata próximo à rua local da solicitação da PM, não sabendo precisar o local para onde os possíveis criminosos haviam fugido com veículo e demais pertences.

Ele foi convidado a mostrar aos militares exatamente onde foi realmente ocorrido o fato criminoso. Ele levou os militares à rua mencionada, porém demonstrou incoerência em afirmar o local certo em que parou para urinar. Após, foi novamente convidado a se dirigir até a base comunitária localizada na avenida Ramid Mauad para confecção do registro do evento criminoso.

Com o intuito de elucidar melhor os fatos e encontrar o veículo produto de crime, foi localizada pelo sistema informatizado de segurança pública a última localização do carro, que fora na avenida Tonico dos Santos, às 0h10. Diante das imagens, os militares confrontaram o homem, que havia dito ter saído da casa da namorada por volta de 1h da madrugada.

A namorada, então, foi questionada pela Polícia Militar e ela relatou que que o homem saiu de sua casa às 23h de sábado (11), dizendo que voltaria para sua residência, que após tentou enviar mensagens para ele, porém elas chegavam mas ele não as visualizava.

Em diligências realizadas, militares conseguiram localizar o veículo estacionado dentro da garagem de uma casa em construção, sem moradores, com o cadeado do portão de entrada quebrado, localizada na rua Juvenal Alves Oliveira, no Residencial Ilhabela.

Novamente perguntado a ele sobre as contradições em seus dizeres, o homem se exaltou e disse que já havia dado a sua versão duas vezes e que não mais responderia pergunta alguma, sendo advertido pelos policiais que deveria explicar sobre os fatos para melhor elucidação do suposto crime.

No entanto, o homem demonstrou extremo nervosismo e exaltação, segundo o registro policial, precisando, inclusive, ser contido com uso de técnicas de imobilização e uso de algemas para resguardar sua integridade física e da equipe policial do local.

Após certo tempo, ele se acalmou e os militares retiraram as algemas. O homem, então, revelou que, na verdade, tem dívidas com traficantes de drogas e estava sendo cobrado, mas que não sabe como pagará. Ainda de acordo com ele, os indivíduos já foram até a sua casa para lhe cobrar e que criou essa versão para tentar pagar tal dívida.

Em função dos fatos narrados, configuram a infração penal de comunicação falsa de crime, prevista no artigo 340 do Código Penal. Não foi imposta a prisão do autor devido ser infração penal de menor potencial ofensivo e ele ter se comprometido a comparecer quando intimado.