As áreas ocupadas de forma irregular mais que dobraram em Petrópolis, no Rio de Janeiro, nos últimos 35 anos. É o que mostra levantamento feito a pedido do g1 pela MapBiomas com base em imagens de satélite e dados do IBGE. Entre 1985 e 2020, houve um crescimento de 108,81% no espaço ocupado na cidade pelos "aglomerados subnormais", classificação do IBGE para áreas como favelas, invasões e loteamentos irregulares. Geralmente, esses locais estão em áreas precárias, sem infraestrutura básica – muitas vezes em regiões consideradas de risco de deslizamentos ou inundações. O IBGE mapeou 48 "aglomerados subnormais" em Petrópolis, entre eles o Morro da Oficina, um dos mais devastados pela tempestade que destruiu a cidade na última semana. A área construída no município sobre esses locais em 1985, três anos antes de uma das maiores tragédias já registradas na história da cidade, era de 198,7 hectares, mostra o levantamento do MapBiomas. Em 2020 – último ano com dados atualizados –, essa ocupação passou para 414,9 hectares (aumento de 108,81%). De acordo com uma pesquisa feita pelo IBGE e pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), utilizando dados do Censo 2010, pouco mais de 70 mil pessoas moravam nessas áreas de risco de desastres naturais em Petrópolis em 2018. O número representa 24,4% da população total do município calculada pelo órgão. Esse mesmo levantamento do IBGE apontou que 24.089 domicílios estavam nas áreas de risco. Em outro levantamento, contratado pela prefeitura de Petrópolis e realizado pela empresa Theopratique Obras e Serviços de Engenharia e Arquitetura em 2016, foram mapeadas 27.704 moradias "em áreas de risco alto e muito alto" nos 5 distritos que compõem a cidade. As informações constam no Plano Municipal de Redução de Riscos, que foi entregue à prefeitura em 2017 e utiliza metodologia diferente a do IBGE.Mais de 70 mil pessoas em áreas de risco
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