Mais um detento da Cadeia Pública de Altos morreu de causa não identificada. Adriano Adabio Paz da Silva, 20 anos, estava internado no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) desde o dia 6 de maio e faleceu na tarde desta quinta-feira (28). O jovem foi o 6º preso da unidade a morrer desde que mais de 35 presos precisaram ser internados em hospitais da capital devido a uma doença ainda não diagnosticada.
Procurada pelo G1, a Secretaria de Justiça do Piauí (Sejus) informou que o detento recebeu alvará de soltura um dia antes de ser internado.
A suspeita é que a doença tenha sido causada pela água da unidade prisional, por isso o sistema hidráulico da cadeia recebeu uma limpeza. A Defensoria Pública do Piauí (DPE) defende a soltura ou prisão domiciliar de presos enquanto o problema é resolvido.
A Justiça determinou uma vistoria no local para tentar descobrir o que teria causado o adoecimento de tantos detentos. Os primeiros detentos começaram a adoecer no início do mês e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) chegou a testá-los para Covid-19, por medida de segurança, mas os resultados foram negativos.
Segundo a Sejus, na cadeia foi estruturada uma enfermaria para atender os presos que tenham sintomas leves. Equipes de médicos plantonistas, infectologistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem avaliam, diariamente, todos os internos do presídio.
Detentos que apresentarem sintomas graves recebem atendimento hospitalar. O Hospital Getúlio Vargas (HGV) disponibilizou uma ala com 20 leitos para receber os detentos doentes.
O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado (Sinpoljuspi) pede que a Sejus realize testes e exames em todos os presos e policiais penais que tiveram algum sintoma de contaminação.
"Entendemos que é necessário fazer exames médicos em todos os presos, todos os policiais penais que tiveram sintomas, para se ter dimensão precisa do tamanho do problema, senão todos os dias podem surgir presos com sintomas", declarou um dos diretores do Sindicato, Vilobaldo Carvalho.
O diretor de Assistência Militar da Sejus, coronel Luís Antônio Pitombeira, informou que uma frente de trabalho composta pela Sejus, Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi), Vigilância Sanitária e pela construtora responsável pela obra da CPA trabalham para resolver a situação.
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