A viúva de Marcelo Guimarães, morto aos 38 anos de idade na manhã desta segunda-feira (4) em um dos acessos à Cidade de Deus, nega a versão da Polícia Militar de que teria havido um confronto. Ela diz que o marido, trabalhador em uma marmoraria, foi morto pelos policiais.
“Foram os policiais que tiraram a vida do meu marido. Isso eu sei porque não teve confronto na Cidade de Deus. Infelizmente eu cheguei lá e meu marido estava no chão”, contou Carla, emocionada.
Carla e Marcelo eram casados há 21 anos. Ele deixa dois filhos, uma de 19 anos de idade e um de cinco.
Segundo a assessoria da corporação, equipes do 18º BPM (Jacarepaguá) realizavam patrulhamento na região quando criminosos atiraram contra os policiais. Em uma rede social, a PM disse que os criminosos atacaram os PMs "de forma covarde" e que "houve revide".
Uma testemunha que gravou um vídeo logo após a morte também nega esta versão. Marcelo foi morto embaixo do viaduto que dá acesso à Linha Amarela. Por volta de 12h30, moradores protestaram contra o crime fechando a via expressa, com barricadas.
A viúva esteve na Divisão de Homicídios para prestar esclarecimentos após o assassinato.
“Ele não era bandido, não gostava nem de cigarro, de beber. Trabalha há mais de 20 anos com mármore. Tiro no peito, meu Deus do céu, tiro no peito", repetia a viúva.
Marcelo era morador da Gardênia Azul, também na Zona Oeste, e tinha deixado o filho na escolinha de futebol. Ele passaria na Cidade de Deus para buscar a mala de ferramentas dele e, no caminho, foi surpreendido.
A filha de Marcelo também postou em uma rede social e disse que a família não está "aguentando com tanta dor".
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