O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse nesta quinta-feira (3) que a CoronaVac, vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, deve estar disponível para ser aplicada na população em janeiro do próximo ano.
"A vacina estará disponível e o registro na Anvisa, acredito eu, também estará disponível. Então, poderemos iniciar um programa em janeiro, acredito, de vacinação. E espero [que] com o apoio do Ministério [da Saúde], apesar de todas essas declarações que não citam nominalmente a vacina do Butantan. A nossa expectativa é a de que a vacina seja incorporada, inclusive atendendo ao que o próprio ministro fala, sem citar a vacina, de que a vacina que estiver disponível e registrada, será incorporada", afirmou.
Na terça (1°), o governo federal divulgou a estratégia "preliminar" para a vacinação dos brasileiros. No calendário apresentado, a CoronaVac não é citada pelo Ministério da Saúde.
A vacina está na fase final de testes e já tem previsão de distribuição no Brasil. O governo de São Paulo firmou acordo para a compra de 46 milhões de doses e para a transferência de tecnologia para o Instituto Butantan.
Em outubro, o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, chegou a anunciar em uma reunião virtual com mais de 23 governadores, a compra do imunizante, mas, menos de 24 horas depois, a aquisição foi desautorizada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Em entrevista à GloboNews nesta manhã, Dimas Covas também afirmou que a vacina está muito próxima de obter o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e descartou a necessidade de solicitação para uso emergencial.
Em setembro, Dimas Covas chegou a dizer que pediria a liberação para uso emergencial caso a vacina demonstrasse eficácia de pelo menos 50% em análise preliminar.
Nesta quarta (2), a Anvisa disse que irá aceitar que empresas desenvolvedoras de vacinas contra a Covid-19 solicitem o "uso emergencial" no Brasil e divulgou os requisitos para o pedido.
O "uso emergencial" é diferente do "registro sanitário", que é a aprovação completa para uso de um imunizante. O registro definitivo depende de mais dados e da conclusão de todas as etapas de teste da vacina.
Ainda de acordo com o diretor do Instituto, o governo de São Paulo trabalha com planos alternativos para vacinar a população, caso a vacina não seja incorporada ao Programa Nacional de Imunização.
"Cada dia sem vacina conta. Se a vacina estiver para uso, nós temos que iniciar a vacinação. E isso, pelo simples motivo: a vacina pode poupar a vida de milhares de pessoas. Não faz nenhum sentido, do ponto de vista da responsabilidade pública, atrasar o uso de uma vacina disponível e pronta, já registrada na Anvisa. Iremos trabalhar junto com os estados, se for o caso, junto com os municípios, para que isso aconteça", disse o diretor.
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