A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a retomada da cobrança extra das bandeiras tarifárias nas contas de energia na noite desta segunda-feira (30). A medida já passa a valer a partir de hoje (1º). A agência justifica a medida apontando que a região dos reservatórios de algumas das principais hidrelétricas do país sofre com falta de chuvas, o que eleva a despesa de fim de ano do brasileiro.
Durante reunião extraordinária, os diretores da Aneel também decidiram que a bandeira tarifária vermelha já será acionada no segundo patamar, a mais alta categoria do sistema. Isso significa R$ 6,243 a mais a cada 100 quilowatts-hora consumidos em todo o território brasileiro. A exceção é para os moradores do Amapá, devido ao apagão que castigou a região em novembro.
A cobrança da taxa extra estava suspensa desde maio deste ano, em decorrência da crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus. "A diretoria da Aneel resolve reativar a sistemática do sistema de acionamento das bandeiras a partir de 1º de dezembro de 2020 e operará no país a bandeira vermelha patamar dois", disse o diretor-geral da Aneel, André Pepitone.
O baixo nível nos reservatórios de algumas usinas hidrelétricas brasileiras obriga o governo a acionar usinas térmicas, cujo custo é mais alto. E esse custo extra, claro, é repassado ao consumidor. "Se mostra necessário reativarmos a bandeira para conscientizarmos a população do uso racional e eficiente da energia elétrica", disse o diretor da Aneel Efrain Cruz.
Cruz ainda ressalta que há, ainda, uma tendência de recuperação de carga da energia aos patamares pré-crise, o que impulsiona a necessidade de restabelecer as bandeiras tarifárias a curto prazo. Os valores são atualizados anualmente e levam em consideração parâmetros como estimativas de mercado, inflação, projeção de volume de usinas hidrelétricas, histórico de operação do Sistema Interligado Nacional.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 par repor gastos extras com a utilização de energia gerada por meio de usinas térmicas, que é mais cara do que a de hidrelétricas.
Visitas: 728135