As farmacêuticas Pfizer e BioNTech se tornaram, nesta quarta-feira (18), as primeiras a anunciarem a conclusão dos testes da fase 3 de uma vacina contra a Covid-19. Embora os resultados dos testes com a BNT162b2 ainda não tenham sido publicados em revista científica, eles foram considerados animadores. Mas as empresas devem enfrentar um desafio: contornar a necessidade de manter a vacina em uma temperatura inferior -70° C durante o transporte, para que o imunizante não perca sua eficácia.
Em nota, a Pfizer afirma que já traçou estratégias para driblar a questão.
"A companhia elaborou um plano logístico detalhado com ferramentas para apoiar o transporte eficaz, armazenamento e monitoramento contínuo da temperatura da potencial vacina contra a Covid-19. Para isso, foi desenvolvida uma embalagem especial (em formato de caixa) com temperatura controlada, fácil de transportar e manipular, que utiliza gelo seco para manter a condição de armazenamento recomendada (...) por até 15 dias", disse a empresa.
A microbiologista e pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) Natalia Pasternak explica que a BNT162b2 poderá se tornar a primeira vacina no mundo produzida em larga escala feita com o RNA, método que usa parte do material genético do vírus para estimular o corpo a produzir defesa contra o Sars-Cov-2. Entretanto, a técnica exige cuidados extras no armazenamento.
O epidemiologista da Faculdade de Medica da USP Paulo Lotufo explica que a maioria das vacinas que estamos acostumados a tomar são armazenadas entre 2º C e 8° C.
"A vacina que mais se aproximou de uma temperatura polar de armazenamento foi a varicela, vacina contra a catapora, que precisa ser armazenada a -20°C. Temos freezer para manter essa temperatura, mas mesmo assim não é fácil armazená-la. Imagina transportar uma vacina que precisa estar a -70°C", compara Lotufo.
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