O empresário Paulo Cupertino Matias, de 49 anos, que em junho do ano passado matou a tiros o ator Rafael Miguel e os pais dele, esteve em Mato Grosso do Sul e trabalhou em uma chácara em Eldorado, na região sul do estado. Permaneceu na cidade por cerca de 8 meses, usando o nome falso de Manoel Machado da Silva, até ser denunciado e fugir há uma semana, segundo a polícia.
Usando barba grande e máscara, o que ajudava no disfarce, Cupertino – ou Seu Manoel, como era chamado – frequentava assiduamente uma barbearia, uma lotérica onde fazia apostas e até o posto de saúde da cidade, após conseguir emitir uma carteira no Sistema Único de Saúde (SUS).
Cupertino matou Rafael Miguel e os pais dele porque não aceitava o namoro de sua filha com o ator. O crime aconteceu em São Paulo.
A polícia soube que Cupertino "envelheceu muito" desde o triplo assassinato, há um ano e quatro meses. Sempre muito discreto, ele começou a sair no início da pandemia, quando se aproveitou da recomendação do uso da máscara para esconder parte do rosto. Também conversava muito pouco com as pessoas.
"Nós vamos ouvir o pessoal da lotérica, da barbearia. E eu também já solicitei imagens de câmeras destes locais. Estamos fazendo buscas do caso e ainda vamos intimar estas pessoas. É uma investigação oriunda de São Paulo, Paraná e nós entramos com esse apoio, com a intenção de coletar mais informações da estadia dele aqui nesse período de 8 meses", afirmou ao G1 o delegado Pablo Reis.
A investigação aponta que Cupertino fugiu da cidade em uma aeronave que estava na fazenda do patrão dele, que também é piloto e foi identificado como Alfonso Helfenstein. Ambos são considerados foragidos da Justiça.
Ainda estamos apurando como ocorreu, mas a polícia acredita que ele e o patrão fugiram em uma aeronave, principalmente porque temos o registro de chegada da fazenda, mas não o da saída. E tudo foi justamente no horário que não tinha nenhum funcionário."
A investigação aponta que, antes da estadia em Eldorado, o assassino conseguiu a emissão de uma falsa Certidão de Pessoa Física (CPF) ao apresentar outros documentos falsos na Receita Federal de Ponta Porã (MS).
Ele também esteve no Paraná e tirou uma identidade falsa, o que teria garantido a ele movimentação em contas bancárias. Desde então, vinha usando o nome falso de Manoel Machado de Silva, de 49 anos, declarando que residia em Rio Brilhante, município distante a 161 km de Campo Grande.
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