Produtores musicais que trabalharam com a obra de Renato Russo - em vida e após sua morte, em 1996 - negaram que os materiais do artista citados em um relatório encontrado durante uma operação policial, nesta segunda-feira (26), sejam músicas inéditas.
A Delegacia de Repressão a Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) divulgou ter apreendido, em um estúdio na Zona Sul do Rio, o documento que menciona supostas obras nunca lançadas pelo vocalista da Legião Urbana.
Marcelo Fróes, que trabalhou em projetos póstumos de Renato entre 2003 e 2010, conta ter entregue à família do cantor, em 2002, um relatório com o levantamento de materiais musicais achados em uma gravadora e em acervos pessoais.
Ao G1, ele diz não existir, nesse documento, qualquer menção a canções de Renato ou da banda ainda desconhecidas pelo público. "Até porque, se existissem, já teriam sido lançadas no passado."
"É fundamental que as pessoas entendam a diferença entre música inédita, aquela totalmente nova, que ninguém nunca ouviu, e gravação inédita, que é a música já conhecida, gravada de uma forma diferente", explica.
Fróes afirma que, desde o disco póstumo "Duetos", de 2010, não trabalhou em outros projetos ligados à obra da Legião ou de seu vocalista. Para ele, a operação policial que busca músicas inéditas do cantor é "fruto de uma falha de comunicação".
O produtor Carlos Trilha, que trabalhou com Renato ainda em vida, em seus discos solo, não acredita na existência de material novo, que possa dar origem a um novo projeto póstumo do artista.
Segundo ele, os áudios citados no relatório achado pela polícia podem ser remixagens ou pedaços de gravações, que não entraram nas versões finais de músicas já lançadas.
Trilha acrescenta que podem existir trechos de letras não usadas, tampouco finalizadas pelo cantor. Mas, crítico dos álbuns criados após a morte de Renato, ele acredita que, se ainda estivesse vivo, o líder da Legião desaprovaria o lançamento desses trabalhos.
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